Conhecimentos, culturas e saberes na perspectiva da educação integral (aulas dos dias 15, 22 e 29/6 - Profa. Jane)
Entrevista com Sônia Penin sobre currículo escolar no Brasil
A entrevista acima aborda sobre
questões de desenvolvimento do currículo, acerca de visões globais e nacionais.
Vem discutir sobre a necessidade de mudar a forma como são construídos os
currículos na escola. Este vídeo, podemos relacionar quanto ao conteúdo
cultural e o que seria necessário para conhecimento escolar dentro do âmbito da
escola.
A importância do currículo é
perceptível como importante não apenas para as escolas, mas para o próprio
sistema governamental, que necessita se utilizar de conteúdos, para construir e
mostrar suas políticas de inserção. Sejam elas corretas ou não. O que acontece,
é que o governo não demonstra interesse em trabalhar com um conteúdo que
valorize o coletivo da cada aluno. É preciso apenas desenvolver o indivíduo,
para mostrar números, transformando o aluno em um ser individual como somente
mais um no processo, para que o sistema mostre o quanto o país evolui.
Mas e se os governantes valorizassem
o cotidiano do aluno no currículo, dando mais autonomia à escola, poderiam
demonstrar melhor essa evolução, através dos próprios trabalhos desenvolvidos
nas salas de aulas. Culpa-se tanto os professores, os alunos, a escola e a família,
mas na formação atual, o povo se esquece do verdadeiro culpado que é o próprio
governo, que não visa o conhecimento como forma de libertação e ascensão
social.
Discutimos na escola como passar
para os alunos os conteúdos, mas em muito não reavaliamos o que ensinar. O que
se observa é muitos professores seguindo as cartilhas distribuídas por uma
mídia impressa que divulga o que quer de forma distorcida, em que muitos
profissionais nem se prestam a observar o que está escrito e verificar a sua veracidade.
Praticamente aceita o que o governo vomita de conteúdo, quando discuti nas
reuniões de planejamento se convence que tem que mudar, mas na hora de mudar,
replica o sistema como sendo o meio mais fácil, pois geralmente muitos
professores trabalham em carga cheia e não dispõe de tempo nem se quer para
pesquisar.
Tem-se a impressão de que é
realmente isto que o sistema governamental anseia. Que todos se confundam e não
saibam da realidade, talvez é desta forma que seja esse tal elo adestrador,
onde de um lado temos governo com números e do outro a população a mercê de
contos de fadas sociais e burocráticos.
Enquanto pensarmos na escola como
mercado de trabalho e a tratarmos como uma empresa, como vem acontecendo nas
políticas atuais do governo, poderá ser impossível pensar em uma escola mais
social. É preciso consolidar melhor as políticas públicas e não pulverizar a
educação com bolsas em instituições privadas, que desses montantes poderiam ser
investidos em instituições públicas que busquem a realidade vital do aluno.
Para quebrar assim o preconceito atual da escola pública em comparação com as
instituições privadas em que em muitos os donos são políticos ou investidores
partidários.
Outro muro que temos em nossa
cultura ainda é a construção de conteúdos que não são de cunho próprio de nossa
sociedade e, quando temos algumas tentativas, são podados por inescrupulosos
que não tem se quer formação pedagógica e criam argumentos que se prendem em
políticas e religiosidades, mesmo a escola se declarando como uma instituição laica,
filosófica e científica.